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Coluna Especial - Pernambuco, Aristóteles e o pleito de 2022 - Por Márcio Bezerra

Coluna Especial - Pernambuco, Aristóteles e o pleito de 2022 - Por Márcio Bezerra



O filósofo Aristóteles asseverava que a política é o ato de criar possibilidades para se desenvolver a felicidade coletiva. Seguindo essa premissa, percorreremos caminhos para analisar o pleito que se avizinha para o Governo de Pernambuco.

Essa eleição está um tanto quanto diferente das anteriores, marcadas pela ausência de um postulante que ousasse tirar do colo do PSB o canteiro do poder estadual. Será a primeira vez que não teremos um velho postulante ao mais alto cargo da gestão do nosso estado, Armando Monteiro. Aliás, Armando que colecionou derrotas para a dinastia Campos, será um competitivo postulante a uma vaga na Casa Alta (Senado Federal).

Em 2022, teremos uma gleba de candidatos com potencial de vitória.
Um outro fator que merece ser considerado é que, temos três aspirantes que renunciaram ao cargo de prefeito (a), em cidades com densidade eleitoral relevantes, Jaboatão dos Guararapes, representada por Anderson Ferreira (PL); Caruaru, representada pela ex-prefeita Raquel Lyra (PSDB); e por fim, Petrolina, que foi governada por Miguel Coelho (UB). Foram gestores (a) que foram reeleitos com uma margem de votos expressivas.

Não podemos esquecer da Deputada Federal Marília Arraes (SD) e o ungido pelo governador Paulo Câmara (PSB), o também Deputado Federal Danilo Cabral (PSB). Os dois, representam características em comum por aglutinarem suas forças sob o estigma de terem vários mandatos a nível legislativo.

Como bem dizia Aristóteles: “somos animais políticos”. E isso está bem configurado na disputa deste ano. É preciso ser uma fera (na boa acepção da palavra), para aglutinar forças e sair dessa disputa acirradíssima como vencedor (a). Segundo a última pesquisa (Folha/IPESPE), divulgada no site da Folha de Pernambuco ontem, dia 04 de julho, o pleito está indefinido. Tendo uma rasa vantagem de Marília Arraes (SD), com 29% das intenções de voto, seguida por Raquel Lyra (PSDB), com 13%, Anderson Ferreira (PL), com 12%, Danilo Cabral (PSB), com 10% e Miguel Coelho (UB), com 9%, todos empatados, segundo a margem de erro que é de 3,2 pontos para mais ou para menos.

As pesquisas mostram um certo distanciamento de Marília (SD) perante os demais, tendo em vista que ela concorreu na última campanha para o cargo de Prefeita da capital pernambucana, numa campanha dura, contra o herdeiro da família Campos, o jovem João Campos (PSB), que se diga de passagem, são descendentes do ex-governador Miguel Arraes de Alencar. Os primos duelaram para terem acesso às chaves que abrem o principal gabinete do Palácio do Capibaribe Antônio Farias. O primo mais novo venceu e mesmo com a derrota, Marília Arraes (SD), se cacifou para o atual pleito. Ela é um quadro político que tem uma imagem colada a do pré-candidato à presidência, Lula (PT), fato que ela tenta eternizar em decorrência de suas raízes do campo progressista que seu sobrenome carrega.

A ex-prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), aposta no discurso de que fez muito pela Capital do Agreste, muito embora, é fato destacar que, seu poder de articulação com as demais esferas do poder (estadual e federal) foi pífio, tendo inclusive que recorrer a empréstimo junto a Caixa Econômica Federal, para apresentar sua obra modelo, a Via Parque (obra que corta a cidade e garante um clima de entretenimento para a sociedade local).

Anderson Ferreira (PL), aposta na sua posição ideológica ligada a imagem do Presidente Jair Bolsonaro (PL). Anderson, que possui um capital político forte nas fileiras de igrejas evangélicas e demais seguimentos conservadores do estado. Não podemos deixar de lembrar a sua gestão ligada a uma força motriz potencializada por uma administração moderna e que ele julga ter sido eficiente.

Danilo Cabral (PSB), que transita na cozinha do atual governo, e por essa razão foi escolhido pela dinastia Campos para prosseguir o projeto político fomentado num discurso que é preciso continuar mudando Pernambuco. Apesar de dificuldades com a imagem do atual mandatário do poder (Paulo Câmara – PSB tem um índice cavalar de rejeição), tenta viabilizar uma dobradinha com o candidato a presidência da república, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como forma de agregar coro a seu discurso. De sorte, parece que essa ideia conseguiu elevar seu percentual segundo essa última pesquisa.

O Miguel Coelho (UB), vem conduzindo sua campanha de modo leve, com um discurso simples e com propostas que trás em sua gênese o desejo de mudança de uma fatia considerável do povo pernambucano. Quando prefeito, possuía um perfil discreto e que conseguiu trazer índices de regularidade e satisfação a maior cidade do sertão pernambucano. Tendo expressivos resultados no aspecto de uma gestão eficiente, gerando empregos, trazendo indicadores de segurança pública satisfatórios e elevando a qualidade da educação para os petrolinenses. Saiu com uma aprovação de quase 90%.

É impossível termos uma definição no primeiro turno. Com isso, recorreremos a mais uma fala de Aristóteles: “o objeto principal da política é criar amizade entre membros da cidade.” Resta-nos saber, quem desses principais postulantes terá a capacidade de unir forças para vencerem essa eleição disputada.


Márcio Bezerraprofessor especialista, servidor público, pós-graduando em Gestão de Segurança Pública e em Filosofia e Teoria Social.