Análise da pesquisa para corrida presidencial :Lula deve ser eleito no primeiro turno - Por Tiago Lima




Às vésperas do início da campanha eleitoral, a pesquisa IPEC divulgada ontem a noite pelo Jornal Nacional não nos apresenta nenhuma novidade. Lula (PT) e Bolsonaro (PL) tem, juntos, 75% da preferência do eleitorado. Isso deixa claro, mais uma vez, que não há espaço para a chamada "terceira via". Os demais candidatos, nominalmente, despertam apenas o interesse de 9% do eleitorado.

As sondagens divulgadas hoje pela FSB e pelo IPEC deixam claro que o brasileiro está convicto do voto a ser depositado no dia 2 de outubro. A partir do início da campanha, que começa oficialmente hoje , a tendência é que a minguada parcela destinada a Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (UNIÃO) e os demais nanicos diminua cada vez mais.

Alguns detalhes sobre os dois principais nomes precisam ser levados em consideração: eu considero que todo e qualquer candidato que se apresente com intenções de voto superiores a 30% tem chances de empurrar a disputa para um eventual segundo turno. Neste sentido, considero também que a situação poderia estar muito pior para o Presidente Jair Bolsonaro, sobretudo em função da sua elevada rejeição e da avaliação ruim (mas que vem melhorando gradativamente) de sua administração.

Ademais, considerando os votos válidos e a margem de erro, o ex-presidente Lula tem chances de ser eleito em 1º turno, mas os 44% de intenções de voto apresentadas hoje pelo IPEC demonstram que, pelo menos por enquanto, sua candidatura parece ter atingido um limite.

Evidentemente que quando a campanha começar, considerando a velocidade das informações na contemporaneidade, a oscilação nos índices das pesquisas tendem a se intensificar.

Quanto ao cenário de 2º turno, aliás, a pesquisa também mostra um potencial eleitoral do petista consideravelmente superior ao do atual chefe do Executivo: Lula sobe 7% (de 44% para 51%) e Bolsonaro apenas 3% (de 32% para 35%). Nesta seara, ressalto que uma distância percentual tão grande assim dificilmente será revertida — na eleição presidencial do Brasil, aliás, uma virada necessária como essas nunca aconteceu.

Tiago Lima

Bacharel em Relações Internacionais e Especialista em Direito Internacional