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Um enigma assombra a eleição no Brasil - Por Tiago Lima

Um enigma assombra a eleição no Brasil - Por Tiago Lima



A polarização acentuada entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL) fica cada vez mais evidente na pesquisa espontânea. Embora ainda existam entusiastas da chamada "terceira via", fato é que o candidato 3° colocado sequer atinge os dois dígitos de intenção de voto na pesquisa estimulada.

Se desconsiderarmos os fatos alheios àquilo que representaria uma campanha normal em temperatura e pressão (sem um atentado como ocorreu em 2018 ou um acidente fatal como aquele de 2014) diria que o que estamos prestes a vivenciar é uma eleição plebiscitária já no 1° turno.

No contexto de uma eleição com uma quantidade tão restrita de atores eleitoralmente viáveis (hoje são apenas dois) é fato que outros indicadores ganham ainda mais peso na análise, tais como os índices de popularidade do atual Presidente da República e os dados macroeconômicos.

Pela pesquisa, quase a unanimidade dos brasileiros tem consciência, de alguma forma, que o custo de vida aumentou muito. Outra parcela considerável dos cidadãos está descontente com os rumos econômicos e não enxerga uma perspectiva de arrefecimento da crise no futuro próximo.

Maus indicadores econômicos e sociais quase sempre caem no colo do chefe do Poder Executivo. Os elevados preços dos alimentos e dos derivados do petróleo são, hoje, os maiores algozes do Presidente Bolsonaro. O Auxílio Brasil, sugado pela inflação, não reverte a má impressão.

Apesar do mau tempo, enganam-se aqueles que dão como pronta e acabada a disputa eleitoral deste ano. A máquina administrativa sempre teve um peso muito grande nas disputas eleitorais brasileiras, e isso nas três esferas de poder. Saber usar o máquina faz muita diferença.

Ademais, a internet continuará sendo a arena principal dos debates. Apesar da pouca margem de manobra, já que teremos uma quantidade maior de eleitores com voto cristalizado em um ou outro candidato, no virtual é que a militância vai agir para convencer os poucos indecisos.

Dada a relevância das redes na eleição de 2022, saber gerir as ferramentas mais modernas de comunicação para "viralizar o candidato" deverá ser o grande desafio (e trunfo) das equipes de marketing de todas as campanhas ao longo deste ano.

Tiago Lima Carvalho

Bacharel em Relações Internacionais

Especialista em Direito Internacional

Secretário de Formação Política da Juventude do PSB de Pernambuco