Tiago Lima - Com o mundo ainda saindo da pior pandemia do Século, tudo o que nós não precisávamos neste momento era de uma guerra, sobretudo envolvendo potências nucleares. Não parece ser só sobre Rússia x Ucrânia. A queda de braço é entre EUA e UE contra Rússia (e transversalmente a China).
O que nós estamos assistindo é uma consequência direta do fim da Guerra Fria. Ocorre que a chamada "Pax Americana" foi pelos ares na medida em que a China se tornou uma superpotência econômica e robusteceu seu aparato militar. O mundo está tão ou mais dividido que na Guerra Fria.
Do ponto de vista da política externa, o Governo de Joe Biden é um desastre absoluto, incapaz sequer de conter uma revolta terrorista num país como o Afeganistão. Na crise atual, duvido da capacidade dos Estados Unidos em conter a sanha expansionista do "Czar" Vladimir Putin.
Quando a Rússia invadiu a Criméia em 2014 a linha do tempo para a Ucrânia já parecia traçada: ela seria o próximo alvo de Vladimir Putin. A resolução proposta pelos EUA no Conselho de Segurança da ONU em favor dos ucranianos foi vetada pelos russos, com a abstenção dos chineses.
O que virá a seguir? Não sabemos. Sanções econômicas serão suficientes? Minha aposta é de que não serão. Apesar de a temperatura ter subido muito nos últimos dias, também não acredito num conflito entre potências. A Ucrânia é, tão somente, um palco para o cabo de guerra entre Rússia e EUA.
O autor
Tiago Lima Carvalho
Bacharel em Relações Internacionais;
Especialista em Direito Internacional e Diplomacia; Mestrando em Gestão Pública e Cooperação Internacional pela UFPB.
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