Opinião - Prefeito de Gravatá deve pedido de desculpas ao comemorar morte de adversário pela covid-19 - Por Ismael Alves




Ismael Alves
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Não pegou nada bem, determinado momento da fala do prefeito de Gravatá, Padre Joselito Gomes (PSB) durante inauguração do Parque Ambiental Janelas para o Rio, nessa quinta-feira, 07. 

O ato que deveria ser marcado pela entrega do equipamento público à população gravataense,  além da  assinatura de um conjunto de obras que foi anunciado pelo governador Paulo Câmara (PSB), na verdade chamou a atenção e vitalizou nas redes sociais por outro motivo: a  comemoração do gestor municipal sobre a morte de um desafeto político que foi vítima fatal do coronavirus. 

Como se já não bastasse, o prefeito ainda afirmou que seu adversário teria ido para "o quinto dos infernos", tendo a certeza de uma condenação no plano espiritual, decisão que só cabe a Deus. O fato inusitado arrancou gargalhadas de várias pessoas que assistiam a cerimônia de inauguração, mas também chocou a maioria. De acordo com o próprio gestor, a pessoa falecida [sem citar nome] teria o chamado de pedófilo". A informação surgiu naquele mesmo momento como uma espécie de justificativa para suas palavras.

Assim como qualquer outro ser-humano o Padre Joselito é movido de emoções e ficou claro que, naquele momento, ele fez um literal desabafo mesmo que impensado. Entretanto, sua fala infeliz ocorre no momento em que o país ultrapassa 600 mil casos de mortes decorrentes da pandemia e fere milhares de pessoas que perderam ente queridos para o coronavirus. 

Outro detalhe importante é que, o fato de ter recebido a dispensa do ministério sacerdotal não retira dos seus ombros o peso da batina, por sinal, ele continua sendo chamado de padre. Mais do que qualquer outra pessoa, recai sobre si o dever de ensinar que é preciso amar e perdoar o próximo quantas vezes for preciso, pois mesmo não sendo fácil, é assim que a doutrina cristã nos ensina.

O Padre Joselito precisa reconhecer que se faz necessário um pedido público de desculpas, urgente! É o mínimo a ser feito para reparar o dano a ele mesmo causado, sem falar que a afirmação é ofensiva para milhares de pessoas que perderam seus entes queridos na pandemia. Já pensou a repercussão do caso se a fala fosse de Bolsonaro ou Lula?