Opinião • Pisa devagar, Paulo! - Por Ismael Alves


"Em cima de queda, coice." Nunca um jargão popular definiu tão bem o momento enfrentado pelo povo pernambucano. Como todos os demais brasileiros, estamos reféns das variáveis internacionais do preço do barril do petróleo e da taxa de cotação do dólar, fatores que refletem diretamente no preço dos combustíveis no Brasil.

Mas não para por aí. Além disso, carregamos em nossos lombos o pesado balaio da correção tributária, composto pelo ICMS, PIS, COFINS e CIDE. E, por cima de todos esses ingredientes dessabores, encontramos pela frente a política de preços do petróleo, o preço do etanol (15%) e a margem de lucro das distribuidoras e revendedores.  Para se ter ideia do peso que é tudo isso, só os quatro tributos citados, anteriormente, correspondem a 40% de impostos  no preço da gasolina. 

Entretanto, não estamos apenas à mercê das variáveis dos preços dolarizados ou das margens de lucro dos empreendedores. É aí que entra a figura de PAUlo Câmara (PSB), governador de Pernambuco, para provar ao Tiririca que, pior do que já está, pode ficar. Como se já não bastasse o novo reajuste no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras nesta segunda-feira, 25, ganhamos de presente do governador um novo aumento na cobrança do ICMS. O 'mimo' passará a valer a partir do dia 01 de novembro.

A 'novidade' - que nem surpreende ao partir deste governo - foi alardeada pela deputada estadual Priscila Krause (União Brasil).  Em suas redes sociais a parlamentar destacou a 'colaboração' de Câmara na escalada dos preços dos combustíveis. Ainda de acordo com ela, desde o mês de fevereiro os aumentos no ICMS  Pernambucano já correspondem a um acréscimo de R$ 0, 46 por litro de gasolina.

Se você achou um absurdo, segura essa: Ainda segundo Priscila Krause, o ICMS ficou congelado em Pernambuco durante os anos de 2019 e 2020, no entanto, o governo do Estado congelou o tributo acima da média do mercado, o que resultou na cobrança indevida de mais de R$ 319 milhões de ICMS de gasolina aos pernambucanos. 

Diante dos fatos expostos e até denunciados por Priscila Krause, além das particularidades econômicas aqui já alencadas,  resta somente dizer: pisa devagar, Paulo!