Vereadora Liana Cirne expõe inconsistências na linha do tempo apresentada pela SDS




Ismael Alves
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A vereadora Liana Cirne (PT) apresentou, nesta terça-feira (8), inconsistências na linha do tempo divulgada ontem pela Secretaria de Defesa Social sobre a atuação da Polícia durante os protestos do dia 29 de maio. As informações foram apresentadas à Polícia na Delegacia da Avenida Rio Branco, que investiga a atuação dos policiais nas viaturas 190112 e 190113, da Rádio Patrulha, responsáveis pela agressão à parlamentar e perseguição a diversos outros manifestantes.


O primeiro ponto questionado pela vereadora é a informação de que as viaturas 190112 e 190113, que a agrediram com spray de pimenta, transportavam um detido que teria atirado uma pedra em uma das viaturas à delegacia, às 11h57, momento da agressão. Entretanto, de acordo com os próprios policiais, em declaração prestada em Boletim de Ocorrência, no sábado (29), esse homem apenas foi detido às 13h25, na Avenida Conde da Boa Vista, ou seja, 1h28 minutos após as agressões à vereadora e em local distinto daquele em que a agressão ocorreu.


Liana também reconstituiu o percurso das viaturas durante a perseguição aos manifestantes, obtendo o horário preciso a partir dos registros fotográficos e audiovisuais enviados ao gabinete.


Imediatamente após a agressão à vereadora, as mesmas viaturas 190112 e 190113 negaram socorro a Daniel Campelo na Rua da Aurora, às 12h02.


Às 12h53, os policiais que estavam nas viaturas 190112 e 190113 desceram dos veículos e dispararam tiros de bala de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes em frente à Faculdade de Direito do Recife, 17 minutos após o ex-secretário de Segurança supostamente ter determinado o encerramento da operação.


Ainda de acordo com a vereadora, os policiais prestaram falso testemunho. Nas declarações prestadas na Central de Plantões, alegaram que a vereadora não se identificou e que apenas na Delegacia tomaram conhecimento de que era vereadora. Mas como foi amplamente divulgado, a vereadora apresentou sua identificação funcional desde o primeiro momento. No momento da agressão, inclusive, a carteira funcional estava em suas mãos, estando agora danificada pelo spray de pimenta.


Ainda de acordo com a vereadora, também incorreram em falso testemunho ao alegarem que os manifestantes agrediram as viaturas na altura da Ponte Princesa Isabel, onde ela e Jonas sofreram as agressões, tendo Jonas sido ferido 36 minutos após a vereadora. Ao contrário das declarações prestadas pelos policiais, os manifestantes já haviam dispersado (corriam da Rua do Sol para a Rua da Aurora, sendo perseguidos pela polícia) e fugiam, tentando buscar proteção.


Segundo a parlamentar, ainda há muitos pontos abertos nessa linha do tempo e muitos fatos a serem elucidados. “É urgente a divulgação dos vídeos das câmeras da Prefeitura e da própria SDS, que corroboram que as versões apresentadas pelos policiais e a linha do tempo divulgada pela SDS são falsas e contêm inconsistências”, destacou.